Cara de um, focinho do outro
(Guto Lins)
Ele era um cara legal,
um cara que metia a cara.
Assim meio cara-de-pau,
meio caradura.
O tipo de cara
que não fica com cara de tacho
quando está cara a cara com o perigo.
Era um cara que acertava de cara.
Mas, de vez em quando, quebrava a cara.
Dizem que era a cara do pai.
Tipo cara de um, focinho do outro.
O pai do cara era um pouco careta,
mas o cara gostava do coroa.
Sabia que o coroa era um cara
que não ficava mudando de cara.
Nem com cara amarrada
Nem com cara de quem comeu e não gostou
E o coroa gostava do cara,
da cara e da coragem do cara.
Mas nunca teve cara
de lhe dizer tudo isso na cara.
Mas quem vê cara
não vê coração.
E os dois nunca ficaram cara a cara.
O tempo então foi passando
e o cara foi ficando coroa.
E cada vez mais
com a cara do coroa.
Um dia ele ligou pro coroa
e falou logo de cara:
_ Tô o maior coroa e o meu filho
é a sua cara!
E o vovô viu a uva
Aí os dois foram jogar dama na praça
e jogar conversa fora
E tirar na cara ou coroa...
Se o carinha
Era a cara do cara,
Ou a cara do coroa.
Eles nunca descobriram, mas a resposta
Estava na cara.
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