"O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos."
( Rubem Alves )

Seguidores

segunda-feira, outubro 29, 2012


Professor Mediador

9

Quando iniciei no magistério, na rede privada, o modelo de professor, ou seja, os exemplos que tinha na lembrança, era daqueles que haviam sido meus professores. Trazia na memória aqueles muito queridos e amados pelos alunos, outros autoritários e muito exigentes, a quem todos temiam. Queria ser para meus alunos, alguém especial que deixasse a sua marca.
O modelo de metodologia era a decoreba, quadro sempre repleto de conteúdos, conceitos prontos, provas extensas. Media-se o professor pela quantidade de conteúdos que ele passava no quadro, que elaborava a prova mais difícil e extensa. Assim se passaram os anos, os pais adoravam a professora que eu havia me tornado. Muito exigente, tinha o domínio dos alunos, mas era afetuosa, tratava a todos com muito carinho, havia cumplicidade. Os alunos eram perfeitos, sentados um atrás do outro, repetiam tudo o que lhes era ensinado. Aos poucos fui percebendo que era preciso mudar a minha forma de ensinar. Queria alunos que interagissem, escrevessem, que expressassem suas ideias e opiniões, que construíssem o seu conhecimento. Ideias que estavam nas revistas, nos artigos, nas falas de educadores renomados. Era a ideia do professor mediador.
Ao ingressar na rede pública estadual, deparei-me com uma nova proposta de ensino, diferente da qual eu vinha praticando. No começo, um pouco assustada com a mudança, mas era preciso enfrentar o novo desafio. No começo não foi fácil, as aulas não eram mais as mesmas, os alunos não sentavam mais um atrás do outro, havia movimento. Para muitos pais e colegas uma bagunça. As aulas eram ricas, diversificadas, os recursos variados. Deixei de ser a professora autoritária, apenas conduzia e orientava o trabalho. No começo foi difícil e ainda hoje não é fácil, mas aprendemos todos os dias. Cada ano que passa, os alunos são diferentes e as turmas cada uma com suas características individuais.
O mundo de hoje pede um modelo de professor que seja mediador, que esteja desafiado a mudar seus conceitos e começar de novo. Precisa ser um orientador, estimulador de todos os processos que levam os alunos a construir conceitos, valores, atitudes e habilidades. O professor mediador é aquele que orienta que não se considera como o detentor absoluto do saber, mas como alguém que irá colaborar com o educando na construção do conhecimento. Sua metodologia coloca o aluno como sujeito do processo educativo, interagindo e participando ativamente das aulas. É a ponte entre a escola e família.
Faz-se necessário, estar constantemente avaliando e auto-avaliando nossas metodologias, buscando sempre, melhorar e qualificar nossas aulas. Nosso aluno, também participa desse processo, sua opinião é muito importante.
É preciso capacitar nossos alunos para exercerem seu papel de cidadão do mundo, crítico, reflexivo, ético e consciente de que é capaz de transformar o meio em que vive.
      “O professor mediador provoca a curiosidade do aluno... e o aluno interage, pergunta, questiona. O professor tem a capacidade de criar a alegria de pensar, de estimular a leitura...” (Rubem Alves)

terça-feira, outubro 23, 2012


A Fábula das Três Cores

3

PRÊMIO DARDOS

5





Compartilhando com vocês mais um prêmio que recebi. O meu Blog foi contemplado com o prêmio Dardos. Quem indicou o prêmio foi a minha amiga
   http://profvaldetecantu.blogspot.com.br/ que agradeço de todo o meu coração.

SABEM O QUE É O PRÊMIO DARDOS?
“O Prêmio Dardos é um reconhecimento dos valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc.”… que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras.
Esse selo foi criado com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agrega valor à Web.
COMO SURGIU O PRÊMIO

O PRÊMIO DARDO FOI CRIADO PELO ESCRITOR ESPANHOL ALBERTO ZAMBADE QUE, EM 2008,CONCEDEU NO SEU BLOG:
LEYENDAS DE EL PEQUENO DARDO,O PRIMEIRO PRÊMIO DARDO A QUINZE BLOGS SELECIONADOS POR ELE.
AO DIVULGAR O PRÊMIO, ZAMBADE SOLICITOU AOS BLOGS SELECIONADO QUE TAMBÈM INDICASSEM OUTROS BLOGS OU SITES CONSIDERADOS MERECEDORES DO PRÊMIO, ASSIM A PREMIÇÃO ESPALHOU PELA INTERNET.
. PARA TER O PRÊMIO VOCÊ PRECISA SEGUIR ALGUMAS REGRAS:

Exibir o selo do prêmio no seu Blog
Link do Blog pelo qual você recebeu a indicação
Escolher outros Blogs para indicar o prêmio
Avisar os escolhidos. 
Blogs indicados: 
http://profkathiabazoni.blogspot.com.br/  
http://alessandramiotto.blogspot.com.br/ 
proaiseartedeeducar.blogspot.com.br/ 
http://adbrenda.blogspot.com.br/
http://cirandadaaprendizagem.blogspot.com.br/
http://trasnformandovidas.blogspot.com.br/
http://lunadiprimo.blogspot.com.br/
http://espelhodaalmasoninha3.blogspot.com.br
http://professoracleides.blogspot.com.br
http://www.cantinhodaedna.com/


segunda-feira, outubro 22, 2012


Como seria o mundo se as crianças governassem?

1


Muitas vezes basta ser...

0




Uma semana abençoada para todos...

0





quarta-feira, outubro 17, 2012


O Jardim Ozom

1
  
Esta é a história de um menino que se planta em um jardim, através de uma simbiose e ele e o jardim se iluminam, numa fotossíntese.
 
MARGARIDA - Ei, Senhor Copo de Leite, o senhor hoje está tão pálido e triste que, se não vivêssemos no mesmo jardim eu diria que lhe falta água e luz do sol.
COPO DE LEITE - Não. . . Não. . . Não. . Eu estou triste é com a falta de atenção e a forma como eles olham para mim. Se eu fico alegre e brilhante, já pensam em me arrancar e levar para o vaso da sala, para que eu enfeite e morra; se eu fico triste e encolhido, não ligam para mim e então eu continuo a viver na terra.
MARGARIDA - É... Depois que inventaram o bem-me-quer, eu não tive mais sossego. Para saber do amor, eles ficam arrancando minhas pétalas e as jogam fora, tiram o meu branco e eu fico triste só com o amarelo. Será que eles não sabem que me machucam?. .
COPO DE LEITE - Ei... Lá vem O Menino Carinhoso que conversa com todo o jardim. Será que ele vai conversar comigo? Agora eu vou me abrir por inteiro e ficar brilhante e perfumado para ele me ver.
MENINO - Olá... Copo de Leite, como você está lindo hoje! A mamãe disse que você estava escuro e triste, que você ia morrer logo, por isso não levou você para o vaso da sala.
COPO DE LEITE - Não disse Margarida?. . . Deu certo.
MARGARIDA - O que eles vão pensar, quando souberem que nós também pensamos?
MENINO - Que bom seria se vocês entendessem as coisas que eu digo e o quanto eu gosto de vocês.
DONA GRAMA - Então sai de cima da minha raiz. . .Você está me sufocando.

MENINO - O quê?? Quem disse isso??
MARGARIDA - Fica quieta Dona Grama, assim ele vai descobrir tudo.
DONA GRAMA - Pouco me importa. Eu acho que já é tempo destes humanos saberem, de uma vez por todas, que nós somos sensíveis e inteligentes.
COPO DE LEITE - Me desculpe Dona Grama, mas a senhora está muito convencida hoje.
DONA GRAMA - É possível. Também, eu viro tapete para enfeitar este jardim e vocês é que levam a fama. . .Eu já estou cansada deste silêncio.
MENINO - Ei.. .Eu acho que estou ouvindo vozes muito estranhas.

MARGARIDA
- Somos nós, Menino Carinhoso Agora que você já sabe o nosso segredo, terá que jurar que vai guardá-lo para sempre.
MENINO - Eu estou com medo. . . Vocês falam de verdade?
COPO DE LEITE - Não tenha medo menino, nós não mordemos. . . Somos amigos e queremos que você também seja nosso amigo, porém, não deve contar aos adultos. Eles podem não entender.
MENINO - Mas eu não entendo.. . Como pode uma planta falar?
DONA GRAMA - Muito simples. As nossas sementes vieram de um planeta que é tão de-
senvolvido, que não tem mais solo para que se possa plantar. Lá tudo virou asfalto e metal, tudo é automatizado, as cores se descoloriram e por isso nos mudamos para cá. A
sua terra é fértil e deliciosa; cuide para que não nos arranquem e você terá o jardim mais formoso deste planeta.
MARGARIDA - Pode acreditar nela. Aqui no seu jardim, temos todas sã comidinhas de
que precisamos, com todos os nutrientes para que nós fiquemos as plantas maiores, mais lindas e inteligentes. Pergunte ao Copo de Leite, ele sabe melhor.
MENINO - É mesmo?. . . Vocês podem falar sempre que querem e quando uma fala a outra se cala e escuta? E cada uma de vocês tem um tipo de inteligência? Ora bolas. . . Vocês são mais inteligentes do que eu pensava. Assim uma completa a outra formando uma só inteligência maior, que um só não poderia ter. Lá em casa é diferente, dificilmente me deixam falar, assim a minha inteligência não se une a deles. Olha, vocês vivem o mundo que eu gostaria de viver. Que pena. . . Eu não tenho raiz para viver com vocês; de que vale eu poder andar por aí se não é andando que a gente encontra uma maior compreensão? Bem, agora eu preciso ir andando ... Já é tarde. . .Não se preocupem, eu juro, não vou contar a ninguém. . . Mas se vocês prometerem que me ensinam a ser planta como vocês. . . Prometem? Hein?
COPO DE LEITE - A nossa promessa não irá dar raiz a você. . . Raiz é uma coisa que a nossa energia constrói. Você é bastante inteligente menino, se a sua compreensão alcançar a raiz, poderá viajar por todos os mundos que quiser só com o seu pensamento. Você tem que saber usar a luz que vem do sol e todos os alimentos que vêm da água, da terra e do vento.

MENINO - Está bem. . . Eu acho que compreendi. . . E vou me esforçar muito para apreender tudo rapidinho, eu prometo. . . Então até amanhã. .
MARGARIDA - Até amanhã, menino lindo, vamos nos dar muito bem. .. Leve um pouco do meu perfume com você.
DONA GRAMA - Pois é, e da próxima vez, veja se não me sufoca pisando na minha raiz. Ache um lugar para você no nosso jardim,
MARGARIDA - Já espero hoje, sua chegada de amanhã.
Na manhã seguinte: O sol nasceu avermelhado e com raios nítidos. Se serviu como um café da manhã no jardim. O orvalho da noite umedeceu a terra, para que ela ficasse mais convidativa. As raízes estavam se alimentando já com todo o seu vigor, separando de cada partícula de alimento, o sumo da energia e a essência da vida nas cores de cada pétala, cada caule e cada pólen. O menino chega dizendo bom dia com toda a felicidade de acordar feliz.
MENINO - Bom dia!!!. . . Eu disse bom dia!!!..
COPO DE LEITE - Fique quieto menino, agora é a hora do nosso alimento, ache um lugar de terra limpa e sem raiz nenhuma, tire o seu sapato e se concentre no silêncio deste amanhecer. . .
MENINO - Está bem, vou tirar os meus sapatos e vou me plantar bem aqui perto de você, Copo de Leite, para poder sentir melhor (Chi!!! Eu já to pensando que nem planta).
O silêncio tomou conta do jardim, o Menino começa a sentir cócegas na sola dos pés, como se a energia da terra estivesse entrando pêlos poros da sua pele, passando todo o tempo da alimentação em sabor, espírito e saber. A Margarida começa a se espreguiçar e as suas cores adquirem um brilho que nunca ninguém tinha visto.
COPO DE LEITE - Nossa, Margarida. . . Você parece que vai explodir de felicidade. . . Parece que o menino trouxe uma emoção nova para você!!!
MARGARIDA - Pois é, Copo de Leite. . . A gente se sente assim brilhante sem nem saber por que. Parece que vou me transportar por um raio de sol até o infinito, tudo isto porque tive pela primeira vez, a sensação de poder me comunicar pela terra com um outro ser e isto é magnífico, é resplandecente, ai!!!... Como estou feliz!!!...
DONA GRAMA - Calma menina. . . Desse jeito você vai se desintegrar e eu não vou ter força suficiente para segurar quando você cair em cima de mim; não se esqueça que você chegou a ele, através das minhas raízes que se espalham melhor na terra e que assim eu também fiquei tomada por toda esta felicidade sua.
COPO DE LEITE - Sim e eu também. . . Pois sou eu que seguro a razão para que você não desmaie inconsciente.

MENINO - Eu também estou muito feliz. . . Sinto como se da menina dos meus olhos fosse brotar a flor mais linda que eu já senti florescer e como se dos meus pés brotassem várias pontinhas de raiz em direção da terra; me sinto forte como nunca senti. . . Agora vejo que suas cores são mais fortes do que antes eu as via, agora entendo mais claro o que vocês dizem. Acho que já posso me considerar um pouco planta, vocês não acham?

DONA GRAMA - Isso só seria possível se você tivesse espírito de planta e isso nós só vamos saber depois que você ficar vinte e quatro horas neste mesmo lugar e nesta mesma posição. Se depois disso não mais arrancar os seus pés da terra, então é porque você tem espírito de planta e aí você viverá como planta enraizada na terra. Então, poderemos passar toda a nossa energia e vitalidade para você... De seus braços crescerão pontas com folhas e seus cabelos virarão ramas de folhas, as suas pernas virarão caule, a sua pele virara casca e os seus olhos se florirão por todos os galhos em flores de várias cores
Assim, o menino ficou no seu lugar imóvel, tentando estabelecer contato com a terra, para se plantar com aquelas pontinhas de raiz que já haviam nascido na hora do alimento das outras plantas. A primeira saída do seu próprio corpo foi através da transparência da água e o menino começou a ficar transparente. Ao ver isso, a Margarida começou a chorar e pediu socorro ao Copo de Leite, para que o Copo de Leite salvasse o menino, pensando que ele iria desaparecer.
COPO DE LEITE - Faça silêncio Margarida, ele está em misturança com a água e assim ele fará uma simbiose com todos os líquidos e atingirá a compreensão do espelho que a água reflete na dimensão paralela da sua existência Nós não podemos é deixá-lo passar para o estado gasoso, por isso vamos nos concentrar com toda liquidez que temos, para segurá-lo no estado líquido.
MARGARIDA - Está bem, Mestre Copo de Leite, eu disponho de 80% da minha água para ajudá-lo. . . . .ommmmmm. ....
oommmoommm ......omomommm mmommm . . . mommmmm. . .

DONA GRAMA - Pois bem, eu posso segurar a formação do caule, com as reservas que eu guardei das últimas chuvas que caíram; mas, o senhor Copo de Leite, terá que segurar a minha razão e também a da Margarida, pois do jeito que anda emocionada, eu tenho medo que ela por uma fração de segundos, possa descolorir por total e virar fonte de beber. . . Então. . . Lá vou eu. . . Innnninnnn. . . .Innlllnnnnnn. . . nnninnnnnnllnnn. .
. COPO DE LEITE - Se eu não seguro a razão deste jardim, vamos todos virar água e ao
invés de jardim, viramos um rio. Vamos lá Senhor Menino Aquático, se embeveça pêlos caminhos do líquido, mas não atropele as proteínas e as outras energias, que elas nos darão depois as cores; se você atropelá-las ficaremos todas sem cores, portanto, sem delírios e devaneios. Vamos só pêlos caminhos da água e não deixe o sol e o vento carregarem todo o nosso mundo para o gasoso. Lá vou eu... knnkkkn... knnnnknn... nnnkknnkn... nnknnnnn

Então, o jardim todo viajou pêlos caminhos da água de todo o Planeta, como se fossem todos um líquido só. Com o cair da tarde, veio a chegada da noite e no momento em que o sol se escondeu no monte, o menino voltou ao sólido e começou a ficar esverdeado, seus cabelos ficaram espigados e grandes, formando uma pequena copa ao redor de sua cabeça.
MARGARIDA - Mestre Copo de Leite, posso me permitir a formar as primeiras folhas?
COPO DE LEITE - Não, Margarida, não seja tão assanhada. . . Quem deve começar a formar o verde é a Dona Grama, pois esta cor é a sua tóxica, portanto ela pode começar.
DONA GRAMA - Está bem, mas vou começar pêlos dedos dos pés, pois sempre que se constrói alguma coisa, deve-se começar pela base e assim eu vou até fazer dos braços, lindos galhos verdes. Agora, com licença Margarida ... Innlllnnnn . . . nllnnnnininn. . . nnnnnnllnnn. . . .ninnnnllnn
COPO DE LEITE - Agora Margarida, prepare-se, pois as folhas ficaram ao seu encargo e você terá que entrar pelo olho central da raiz dos pés, que será o centro do caule quando eu o fizer.
MARGARIDA - Está bem Mestre, estou preparando para ele lindas folhas serrilhadas e carinhosas, como os pensamentos da nossa árvore menino. Serão as folhas mais verdes e formosas de toda esta natureza... ommmmmm.mom. . ooommmmmoo . . . mmommm ..... mom. . . mmmooomm....
COPO DE LEITE - Se eu não seguro a razão deste jardim, vamos todos virar água e ao
invés de jardim, viramos um rio. Vamos lá Senhor Menino Aquático, se embeveça pêlos caminhos do líquido, mas não atropele as proteínas e as outras energias, que elas nos darão depois as cores; se você atropelá-las ficaremos todas sem cores, portanto, sem delírios e devaneios. Vamos só pêlos caminhos da água e não deixe o sol e o vento carregarem todo o nosso mundo para o gasoso. Lá vou eu... knnkkkn... knnnnknn...nnnkknnkn...nnknnnnn
Então, o jardim todo viajou pêlos caminhos da água de todo o Planeta, como se fossem todos um líquido só. Com o cair da tarde, veio a chegada da noite e no momento em que o sol se escondeu no monte, o menino voltou ao sólido e começou a ficar esverdeado, seus cabelos ficaram espigados e grandes, formando uma pequena copa ao redor de sua cabeça.

MARGARIDA
- Mestre Copo de Leite, posso me permitir a formar as primeiras folhas?

COPO DE LEITE
- Não, Margarida, não seja tão assanhada. . . Quem deve começar a formar o verde é a Dona Grama, pois esta cor é a sua tônica, portanto ela pode começar.

DONA GRAMA
- Está bem, mas vou começar pêlos dedos dos pés, pois sempre que se constrói alguma coisa, deve-se começar pela base e assim eu vou até fazer dos braços, lindos galhos verdes. Agora, com licença Margarida ... Innlllnnnn . . . nllnnnnininn... nnnnnnllnnn... ninnnnllnn
COPO DE LEITE - Muito bem!!! Muito bem!!! Neste momento eu vou fazer deste corpo de menino, a madeira mais nobre de toda a floresta.
DONA GRAMA - Vou fazer fibras bem fortes nesta raiz, já que ela está se estendendo
por debaixo de mim, sem deixar que ela fique sem alimento. Posso ceder um pouco de minha água e depois, já que a luz floriu no nosso menino, vou formar os tendões em fibras no centro deste caule e fortalecer a vida nesta madeira nobre.
MARGARIDA - Pois bem. . . Eu. . . Eu. . . Posso Sr. Copo de Leite?
COPO DE LEITE - Claro, Margarida. Dê charme ao Carinhoso, digo, à nossa nova árvore.
Aos pouquinhos, o amarelo da Margarida foi se desvairando por de dentro da raiz, atravessando os nós e colorindo tronco, galhos e folhas com as outras cores, transbordando de amor, fazendo com que em cada pontinha de galho se formasse uma florzinha, que mais tarde seria uma fruta e esta fruta cheia de sementes, ricas de amor, cor e luz de todo o jardim.
O Menino, digo, Dona Arvore, após as 24 horas passadas, se transformou na árvore mais perfeita que a ecologia já fez. Ao voltar a si, reparou que não tinha mais os olhos, mas que enxergava por todas as pontas de galhos e centro de folhas. Então o dia começou a nascer e os primeiros raios de sol despontaram no horizonte, o amanhecer começou a colorir tudo que é vivo na natureza.
MENINO - Bom dia, Senhor Copo de Leite, bom dia!
DONA GRAMA - Seja bem vindo.
MENINO - Bom dia, Margarida!!!
MARGARIDA - Olá! Carinhoso Bonitão.
MENINO - Ei!. . . O que aconteceu? Não consigo me mover do lugar. Ei!. . . Eu tenho raiz. Eu consegui!!! Viva!!! Eu tenho caule, casca, galhos, folhas, flores e frutos!!! Mamãe vivia dizendo que eu era filho de Deus à sua imagem e semelhança, mas, eu não acreditava. Agora posso entender: eu sou tudo o que vive e vegeta. Eu sou a luz! Ei, vejam! Estou começando a receber os meus primeiros raios de sol como árvore.
COPO DE LEITE - Fique concentrada, Dona Árvore, pois a energia do Menino que a plantou, é muito forte e se atingir a fotossíntese, vamos ter que sair por um raio de sol para o infinito de todas as formas de energia pura, para novamente, nascer como o centro da alma que movimenta tudo o que vive.
MARGARIDA - Eu já estou concentrada.
DONA GRAMA - E eu não esperava ser iluminada tão cedo.
MENINO - Vejam!!! A luz do sol está me invadindo por inteiro. Olhem este raio de sol, está formando um disco, parece uma panela cheia de olhos coloridos. .. Está me chamando para dentro dele. . . A luz. . . A luz. . .
E assim o menino virou árvore,
a árvore virou jardim
e o jardim virou luz no céu."

Se eu dissesse bom dia, a cada dia que nasce:
A luz diria bom dia a mim em cada manhã.
Se eu dissesse olá a cada planta que brota:
A pureza da terra diria olá para mim.
Se eu despejasse amor em cada bicho que anda:
Todos os bichos que andam me dariam amor.
Se eu fosse vida em tudo que vive:
Saberia que tudo o que é vida vive em mim.


Assembléia na Carpintaria

1


 
     Contam que numa carpintaria houve uma vez uma estranha assembléia.
     Foi uma reunião de ferramentas para acertar suas diferenças.
     Um martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar.
     A causa? Fazia demasiado barulho; e além do mais, passava todo o tempo golpeando.
     O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo.
     Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez, pediu a expulsão da lixa.
     Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos.
     A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse o metro que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fora o único perfeito.
     Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho.
     Utilizou o martelo, a lixa, o metro e o parafuso.
     Finalmente, a rústica madeira se converteu num fino móvel.
     Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembléia reativou a discussão.
     Foi então que o serrote tomou a palavra e disse:
     _ Senhores ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas qualidades, com nossos pontos valiosos.
     Assim, não pensemos em nossos pontos fracos e concentremo-nos em nossos pontos fortes.
     A assembléia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar asperezas, e o metro era preciso e exato.
     Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade.
     Sentiram alegria pela oportunidade de trabalharem juntos.
     Ocorre o mesmo com os seres humanos.

A Centopéia que Sonhava

1



  

       A Centopéia subiu nas costas do peixinho, prendeu a respiração e... foi outra maravilha!
     Nadar era uma maravilha. A vida debaixo da água é outra coisa. Mas só para quem consegue prender a respiração por bastante tempo, e ela já estava aflita para subir. E subiram.
     _ Obrigada, seu Peixinho, foi uma beleza!
     _ Quando quiser nadar de novo é só falar.. Tenho outra surpresa para a senhora.
     O Peixinho pegou uma conchinha, amarrou um barbante fino e disse:
     _ Suba dona Centopéia, vamos correr por cima da água! _ E saiu nadando, puxando a Centopéia a uma velocidade incrível. Foi o máximo.
     É, a coisa estava ficando boa. Ela, uma Centopéia, já havia voado e nadado, e não tinha asas e nem era peixe!
     Mas cantar como o Curió, isso que não podia nem deveria haver jeito. Mas de novo a Centopéia ouviu a voz, que dessa vez vinha lá do alto de uma laranjeira. Era o Curió, que dizia:
     _ Olha, dona Centopéia, cantar a gente aprende. Tem gente que sabe educar a voz e canta que é uma beleza. Mas eu tenho uma coisa melhor que cantar: é tocar uma flautinha.
     _ Como pode ser isso, seu Curió?
     _ Eu faço uma flauta de bambu bem feitinha, ensino as notas para a senhora e ai podemos tocar e cantar juntos.
     _ Essa eu nem acredito.
     _ Mas vai acreditar.
     E o Curió fez uma flautinha com um som muito doce e bonito. A Centopéia ficou tão entusiasmada com as aulas que aprendeu logo.
     A centopéia agora tinha um último desejo: pular de galho em galho lá do alto das árvores da floresta. Mas como, se não conseguia dar uns saltinhos aqui na terra? Foi quando chegou o macaco, com um riso bem esperto nos lábios.
     _ Se a senhora quiser saltar, é só subir nas minhas costas e se segurar bem.
     _ Claro que quero! Vai ser muito divertido ir saltando por aí de galho em galho!
     A noite foi chegando e a centopéia estava muito feliz com todas as aventuras daquele dia. De repente deu-se de conta do que havia acontecido: ela não sabia que tinha tantos amigos na floresta e que tudo o que ela não conseguia fazer sozinha ela podia fazer com a ajuda dos outros bichos.
     _ Quem tem esses amigos pode tudo _ concluiu ela. _ Juntos vamos muito longe!
Herbert de Souza




segunda-feira, outubro 15, 2012


PROFESSOR (A)...

2

domingo, outubro 14, 2012


PARABÉNS AOS MESTRES!!!

1



sábado, outubro 13, 2012


Nossa Senhora

1