Lauro olhou o pai por cima da xícara.
A cabeça do pai estava alta, bem mais alta que a dele.
O pai era um homem alto. E forte, também.
Lauro gostava de olhar o pai, tão alto e tão forte.
Gostava de brincar com o pai, quando o pai tinha tempo para brincar com ele.
O menino gostava , e muito, de andar com o pai, feito cavalinho.
Era bom sentir assim perto a presença do pai, alto e forte.
Era bom ver o mundo por cima dos ombros fortes do pai.
Mas às vezes Lauro sentia medo.
Não do pai, que pouco brigava com ele.
O pai era mesmo de brincar, não de brigar.
Lauro sentia medo, porque via o pai tão alto e forte, um gigante, o pai.
E perto desse gigante o menino, tão pequeno, sentia-se menor: um anão.
Lauro pensava que o pai era muito valente.
Mais valente... que o Super-Homem. Que o Homem-Aranha. Bem mais valente, o pai.
Se parecia bom ter pai valente assim, isso assustava, também. Porque fazia o menino Lauro sentir-se mais fraco.
Mais cheio de medo.
"Meu pai é dono do mundo!
Nada assusta o meu pai!" _ falava o menino para os amigos que olhavam bem espantados.
Lauro sentia orgulho do pai que não se assustava com nada, que não tinha medo de nada ou de ninguém.
Maria de Lurdes Krieger
1 comentários:
Vim retribuir a visita, adorei seu cantinho
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"SEM A CURIOSIDADE QUE ME MOVE, QUE ME INQUIETA, QUE ME INSERE NA BUSCA, NÃO APRENDO NEM ENSINO." Paulo Freire"
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